Leitura: um olhar para além das classificações

Sei que a "poeira" já abaixou, mas definitivamente eu não poderia deixar de mencionar aqui no blog o que eu penso sobre a declaração da autora Ruth Rocha, quando disse que Harry Potter não seria literatura. Li a notícia lá no blog da Joana o Coisas que eu sei que sei , e depois fui procurar a entrevista por ela mencionada que foi postada pelo site do Ig.

Terminadas as leituras fui refletir sobre o assunto. Confesso que muitas coisas passaram pela minha cabeça. Entre certezas e dúvidas. Mas atacar não seria uma atitude correta de minha parte então resolvi me fazer perguntas. É por isso que no post de hoje  termos algumas indagações e além disso falarei sobre uma palavra muito simples, que infelizmente poucas pessoas têm cultivado: RESPEITO. 



A declaração da autora não foi feita de forma agressiva, no que tange a questão do como foi dito, mas acredito e, por isso, trago o assunto aqui, que o debate deve ser levantado porque foi dito. No contexto da entrevista podemos perceber a preocupação da autora com uma literatura que leve algum conhecimento aos leitores. E, para constar, a mesma possui vários livros publicados para o publico infantil. 

Agora eu pergunto. Há como escrever livros infantis sem levar em conta a fantasia que existe nas próprias crianças? Quantas vezes nos utilizamos de metáforas para ensinar alguma coisa e elas aprendem!? Porque teríamos que tratar os jovens e adolescentes de uma maneira diferente? Eles não podem gostar de fantasias, só por serem jovens e adolescentes? 

Porque o assunto, bruxas, vampiros, anjos, demônios e tantos outros seres inventados ou sobrenaturais deixam as pessoas tão incomodadas? Por acaso os Contos de Fadas também deveriam ser considerados como não literatura? 

Se formos reparar bem, o que mais tem nos contos de fadas, são bruxas, fadas (claro), e acontecimentos sobrenaturais etc, etc, etc, E o Harry Potter por ser um livro mais atual e tratar praticamente do mesmo universo... Não é Literatura!? As crianças e adolescentes não podem aprender nada com ele? E se não aprenderem que mal há nisso?

Diante de todas estas questões fico pensando sobre o porquê da escrita? Ora. Será que ela só serve para 'ensinar' e coloco aqui o ensinar no sentido de usar o livro literário como algo didático. Temos que ler e tirar lições da leitura, pensar como o autor, fazer um vestibular e responder corretamente as perguntas e pronto, adeus livros... Certo?

E onde fica a leitura pelo prazer? Aquela que nós estamos tentando, há algum tempo mostrar, que é possível ser feita. Leitura sem obrigações. Leitura por gosto, porque faz bem... E sejamos sinceros, às vezes o que faz bem pra mim, não faz bem para o outro. E saber disso é respeitar o outro como ser humano. 

Dizer que não lê e que é bom que os outros leiam só porque assim estarão lendo também não é correto. Porque pensar a leitura apenas como uma obrigação social não nós leva a lugar nenhum. É algo que precisa partir de dentro. E para repassarmos esta informações aos nossos amigos, colegas e alunos é preciso que nós acreditemos nisso primeiro.

Volto agora à questão da palavra respeito, pois quis dizer com todos os meus questionamentos e afirmações que quando declarou que um livro específico não é literatura, infelizmente  autora desrespeitou o seu próprio trabalho. Desrespeitou a si como profissional e a tantos outros que vivem do mesmo ofício. Opiniões sempre são válidas e é preciso respeitá-las, mas há um limite que precisamos respeitar e acredito que neste caso houve um avanço de sinal considerável. 

Não adianta dizer que a educação está frouxa, que precisamos fazer uma revolução na educação se vivemos um hoje com pensamentos de "ontens". Se ainda perdemos nosso tempo com classificações que em nada ou pouco nos acrescentam. Agir assim apenas faz com que deixemos de conhecer algo novo e sobre aquele novo oportunizar muitas outras novidades. 



Sou a favor da leitura pelo amor a leitura. Leia o que você gosta de ler e seja feliz. 



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14 Comentários

  1. Vou deixar aqui a voz da estudiosa, alguém que li muito na faculdade e das disciplinas de teoria literária, e que talvez seja válido.

    Literatura: leitores e leitura
    Marisa Lajolo

    Não se pode dizer que literatura é aquilo que cada um considera literatura? Por que não incluir no conceito de literatura as linhas que cada um rabisca em momentos especiais, como o poema que seu amigo fez para a namorada, mandou para ela e não mostrou para mais ninguém? Por que não chamar de literatura a história de bruxas e bichos que de noite, à hora de dormir, sua mãe inventava para você e seus irmãos? [...]
    Esses textos não têm a mesma cidadania literária que o romance famoso de Gustave Flaubert (1821--1880) ou de José de Alencar (1829-1877)? [...]
    E discutir literatura é abrir os olhos e ouvidos, e olhar e ouvir em volta, ler livros, meditar sobre as frases pintadas a spray em muros e edifícios da cidade, e fazer a eles a pergunta: o que é literatura? [...]
    Alguns livros são muito conhecidos e estão em todas as livrarias, todos conhecem o nome de quem os escreveu. [...]
    Já outros – muitos e muitos outros – não desfrutam desta festa toda. Seus nomes são desconhecidos, suas obras são difíceis de serem encontradas, não constam das bibliotecas, ninguém fala delas. Eles imprimem às vezes seus próprios livros e não encontram leitores para além da família e dos amigos mais próximos.
    Em pequenas comunidades, cantadores, repentistas, contadores de histórias – embora só raramente projetem seus nomes nos circuitos eruditos das grandes cidades – são amados e respeitados por um público, que é fiel a eles.
    Enquanto isso, em segmentos modernos e requintados da indústria livreira, livros de grande sucesso – os best-sellers – podem ser escritos em uma espécie de linha de montagem, começando a produção da obra por um levantamento das expectativas do público: tipo de história de que gosta mais, frequência esperada de cenas de sexo e de violência, cenários e ambientes preferidos, coisas assim. Com base nesses dados, pode-se escrever um romance sob medida para um certo tipo de público. Como investimento comercial, livros desse figurino correm riscos mínimos e oferecem boas perspectivas de retorno financeiro. [...]
    Com formas tão diferentes de produção e circulação de objetos igualmente denominados literatura, será que é possível defini-la? Vamos chamar igualmente de literatura os romances de autores contemporâneos consagrados como Ariano Suassuna e Lya Luft, poesias de Manoel de Barros ou de Adélia Prado e as produções quase anônimas de cantadores de feira e autores marginais? Vão para o mesmo saco (de gatos...) best-sellers escritos quase que de encomenda e requintadas obras de vanguarda que apenas poucos leitores entendem? [...]
    Será que são literatura os poemas adormecidos em gavetas, pastas, fitas, disquetes, CDs, cadernos e arquivos pelo mundo afora, os romances que a falta de oportunidade impediu que fossem publicados, peças de teatro nunca lidas nem encenadas e que jamais encontrarão ouvidos de gente? Será que tudo isso é literatura?
    Pode ser, pode ser...
    E, se não é literatura, por que não é? Para uma coisa ser considerada literatura tem de ser escrita? Tem de ser editada? Tem de ser impressa em livro e vendida ao público? [...]
    A resposta é simples. Tudo isso é, não é e pode ser que seja literatura. Depende do ponto de vista, do significado que a palavra tem para cada um, da situação na qual se discute o que é literatura. [...]
    (LAJOLO, Marisa. Literatura: leitores e leitura. São Paulo: Moderna, 2001. p. 12-16.)

    http://www.poesianaalma.com.br/

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  2. Eu nem li a tal entrevista, prefiro relevar certas coisas. Acho incrível o quanto as pessoas se mordem com coisas que NEM EXISTEM. Como as pessoas falando de Crepúsculo, que vampiro brilha e tal. Tipo? Vampiro existe? Quem disse que eles são como falam? rs
    E o comentário da autora foi desnecessário, mas também acho que não precisa atacar nem nada.
    beijos
    www.apenasumvicio.com

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  3. Literatura não tem uma regra, as pessoas tem que ler aquilo que elas gostam e que lhes dão prazer. Do mesmo jeito que comecei a amar livros por causa dos livros do Pedro Bandeira, outras crianças e adolescentes passarão a amar lendo HP. Eu adoro essa saga e comprarei para meus pequenos lerem também e inclusive quero relê-la. Achei bem feio da parte dela dizer isso e mais ainda de autores e leitores no face concordando, literatura não é o que cada um dia e sim o que da prazer ao leitor e o que o faz entrar e continuar dentro daquele mundo maravilhosos onde somente os livros nos levam.


    bjs


    www.adorkable.com.br

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  4. Olha eu nem sabia desse problema sabe?
    Mas tipo, eu fico chocada com algumas coisas, porque ninguém quer receber criticas
    ninguém quer sinceridade quando alguém escreve um livro. Enfim...Eu sou apaixonada pelos livros do Harry Potter e sinceramente acho que uns vão amar e outros vão odiar ué. É opinião de cada um.
    Agora não quer dizer que todo mundo tem que gostar da mesma coisa, é meio absurdo isso! Mas enfim...Gostei do que você escreveu viu? Sério, eu fiquei sabendo meio que por cima desse problema, mas eu não tinha lido nada sobre isso ainda.

    http://www.pensamentosvalemouro.com.br/2015/05/leitura-um-olhar-para-alem-das.html

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  5. bem, eu curto fantasia, embora não goste de HP. Acredito que a autora quis falar a respeito da modinha que a série trouxe, não pela fantasia em si, não defendendo o que ela falou, mas apenas tentando enxergar algo a mais que possa ter passado batido na repercussão toda... :s
    ou pode ter sido uma crítica a literatura 'moda' que acaba sendo mais valorizada aqui no Brasil do que a leitura dos clássicos, algo do tipo...
    enfim...

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  6. A minha questão com essa declaração é bem simples: mídia. Ruth, apesar de uma autora conhecida, estava fora dos holofotes há algum tempo e com os seus 50 anos de carreira chegando, ela precisava de alguma coisa que a destacasse dos outros autores. Bem, dizendo o que disse de HP todo mundo começou a falar sobre ela novamente, mas se notar as matérias, todas elas destacam o fato de que ela completa seus 50 anos como escritora. Entendem o meu ponto? Foi uma jogada esperta para fazer com que a autora fosse muito comentada na internet, só achei que a estratégia foi baixa e desnecessária.

    http://laoliphant.com.br/

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  7. Olá Vanessa! Faço ds palavras da Valéria, as minhas. Meu gênero literário favorito, depois do suspense policial, é o fantasia. Apesar de não ter lido HP, vi todos os filmes, me contento com eles, e adoroooooooooooooooo todos. Questão de pontos e vistas diferentes, é o que fazem termos cada vez mais diversidade em estilos de escrita. Ruth Rocha é, digamos assim de outro tempo, onde a literatura tinha por bem levar algo ao leitor, não que a de agora não leve, mas são tempos diferentes, com ideias e escritores diferentes, em todos sentidos. Costumo dizer que se todos gostassem do azul, nada seria do amarelo................... Respeito tem que haver? Claro, porque o vejo como a base de tudo na sociedade, mesmo antes do amor. Mas assim como queremos ser respeitados pelo gênero que gostamos, penso que devemos também respeitar quem pensa diferente............. Gostei muito do seu post, de verdade. Acho muito válido esse tipo de postagem que nos levam a refletir e debater ideias. bjs
    www.amorascompimenta.com

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  8. Oi Vanessa, tudo bem?
    Não li a tal entrevista com Ruth e nem conheço o trabalho dela. O que vi foram apenas ataques à ela pelo que foi dito. O que apesar de tudo foi uma total falta de respeito também.
    Não sou fã de HP, nunca fui, e nem li, mas poxa vida, isso não é coisa que se diga. E eu acho que até livros de fantasia tem alo a acrescentar, que seja a expansão do vocabulário.
    E também sou a favou da leitura por prazer. Não existe nada melhor que isso.
    Bjs

    A. Libri

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  9. Oi Vanessa, seu post complementou perfeitamente a minha opinião. O respeito está acima de tudo, e nesse caso, a Ruth foi a primeira a faltar com o respeito pela literatura em geral. Ela falou sobre Harry Potter, que tem um hype enorme, mas poderia ter falado sobre qualquer outro livro, e seria desrespeitoso da mesma forma, em se tratando de uma profissional da área.
    A literatura tem que partir do prazer em ler, e só depois de alcançado esse prazer, deveria ser instituida a leitura por obrigação, a didática. Infelizmente, esse não é o caminho seguido, e talvez esse seja o nosso maior problema em conquistar novos leitores. Enquanto a maioria das pessoas não for educada para gostar da leitura, esse ato prazeroso nunca fará parte da vida delas.
    Gostei muito do comentário da Lilian também, corrobora com o que queríamos dizer.

    Bjos!

    http://seiqueeusei.blogspot.com.br/

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  10. Oi, tudo bem?
    Vi muita gente debatendo e muito irritado com a opinião da autora. Já li muita coisa da Ruth quando criança e eu adorava, então mesmo que eu não concorde respeito a opinião dela.
    Mas eu acredito que cada um deve ler o que quer e o que faz bem pra si, e não deve se importar se é fantasia, romance ou seja lá que tema for. Somos livres para escolhermos o que queremos.

    Beijos ;*
    http://www.livrosesonhos.com/

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  11. Oie, tudo bom?
    Não li a entrevista, mas acompanhei o burburinho da história. As pessoas querem definir demais o que é literatura e o que é bom. Ler é bom! Como você bem disse, temos que ler o que nos faz bem. Sem amarras e preconceitos.
    Beijos,
    http://livrosyviagens.blogspot.com.br/

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  12. Eu não gosto muito de discutir essas paradas, mas levando em consideração de que você é uma pessoa de mante aberta, posso até falar alguma coisa =)
    Enfim, o problema com a literatura de massa é que ela geralmente não provoca um deslocamento de perspectiva no leitor. Ela usa de alguns artíficios de identificação, mas no final confirma as expectativas do leitor, ou seja, não acrescenta nada. Em Harry Potter, desde o início quando o vemos nerdinho lá na dela, já sabemos que ele é especial, que grandes coisas o aguardam e que ele tudo vai certo, o bem vai vencer o mal e essas paradas. Não se vê essas questões sendo problematizadas e colocando a perspectiva em cheque. A pessoa lê porque se identifica com a condição de alguma personagem e isso apenas. Eu sei que pessoas aqui vão me dizer que sofreram e se emocionaram com as personagens, mas essa não é a exatamente a questão. A literatura é entendida muitas vezes como uma forma de revolução interna e talvez uma das mais poderosas, já que a leitura é solitária, ou seja, um processo meu para comigo. Um livro, por excelência, deveria mexer com as nossas convicções, estremecer e derrubar as nossas bases para que depois disso possamos reconstruir tudo e de outra maneira. É isso que os críticos alegarão muitas vezes. Enfim.

    Mas eu não defendo a Ruth Rocha na opinião dela, não mesmo. HOJE, ATUALIDADE, não cabe dizer que Harry Potter é ou não é literatura, que é bom ou não é bom. etc etc etc. E nem posso dizer que literatura que não "acrescenta nada" seja ruim também. E nem posso dizer ainda que a literatura de massa aspira ser "alta literatura". Conceitos como este já estão bastante ultrapassados.

    Sou da opinião de que a pessoa deve ler. E Harry Potter já foi a porta de entrada para muitos no mundo da leitura. Isso pra mim é válido e tem seu mérito. Apesar de os críticos dizerem que quem lê Harry potter nunca vai chegar a ler Machado, eu, que antes tinha essa mesma opinião, quanto mais estudo, mais vejo que isso não tem muito fundamento, dado que muita gente no curso de letras iniciou suas leituras com Harry Potter e afins e já estão lendo Dante e Petrônio. E eu mesma fiz um trabalho com meus alunos, começando a ler Percy Jackson e terminamos no mito da caverna de Platão. Então, o mérito está aí =).

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  13. Oi, Vanessa! Legal tu abordar este assunto. Eu nem sabia da entrevista, nem da declaração da Ruth. Por sinal, achei a entrevista muito mal feita. Pelo que eu estudo no curso de jornalismo, uma entrevista deve esclarecer ideias, e não deixar dúvidas nos leitores. E eu fiquei com uma dúvida que considero crucial, já que o assunto é o título da matéria: Por que a Ruth não considera que os livros do Harry Potter sejam literatura? Na minha opinião isso ficou mal explicado e a matéria foi muito tendenciosa. Difícil discutir o que ela falou sem entender os motivos da escritora.

    De qualquer forma, SE ela não considera que os livros da série HP são literatura por não "acrescentar em nada", acho que foi um baita erro. Eu li todos e para mim acrescentou muita coisa. Apesar de ser uma história fantasiosa, várias coisas são abordadas de forma bastante realista. A relação entre os personagens, os problemas que eles vivenciam e de que modo eles os enfrentam, às vezes cometendo erros, noutras acertando, me fez ver o quão humana é esta série. O cenário onde tudo se passa é irreal, porém, as relações humanas são totalmente verdadeiras. Sim, eu aprendi muito com os livros. Muitas vezes ele me fez pensar de modo mais maduro diante das minhas escolhas.

    Honestamente, eu duvido que a Ruth tenha lido os livros. No máximo assistiu aos filmes e julgou por eles. Mas também, não cabe a mim julgá-la. Ela expressou uma opinião que ficou super mal explicada, devido a uma entrevista mal feita. Mas como tu disse, devemos respeitar.

    Um beijão! :)

    desapegomental.com

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  14. Eu acho extremamente contraproducente ,uma autora de livros infantis se levantar contra uma série que é muito bem aceita pelos jovens,ela deveria incentivar a leitura,porque a meu ver,mesmo quando lemos exclusivamente pelo prazer estamos aprendendo muito ,seja qual for a ambientação da trama,seja ela fantástica ou não. Em um mundo onde as crianças e jovens passam horas em frente a computadores e celullares,uma autora tão conhecida fazer uma declaração dessas é lamentável.

    bjsss

    Apaixonadas por Livros

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Vanessa Vieira <3