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Só é escritor quem escreve.

Quando a escrita deixa de pedir permissão
 
Como se tornar um escritor?

Há alguns anos criei este espaço para compartilhar minhas poesias e crônicas, mas confesso que estava longe de me imaginar sendo chamada de escritora. Em nossa sociedade, escrever carrega um peso, e o título de escritor parecia algo distante, quase solene demais, algo que eu não compreendia por inteiro.

Alguns anos se passaram e, pouco a pouco, fui mergulhando no universo da escrita. Fui sentindo de perto o fruir das palavras, aproximando-me delas de uma forma tão íntima que escrever se tornou algo natural. Menos pesado. Menos idealizado. Não menos importante, mas real. Possível.

Não foi de repente que me permiti ser chamada de escritora. Houve um caminho. Um percurso feito de tentativas, silêncios, textos inacabados e outros tantos reescritos. Foi nesse processo que compreendi algo essencial: só é escritor quem escreve. Assim como o ourives busca e percorre caminhos até produzir suas joias, o escritor trabalha as palavras em busca de construir sentidos.

Escrever passou, então, a ser um gesto de permanência. Não mais uma tentativa de provar algo a alguém, mas um modo de estar no mundo. Aprendi que a escrita não exige títulos nem validações imediatas. Ela pede presença, escuta e constância. Pede que a gente volte, mesmo quando o texto não vem bonito, mesmo quando a palavra hesita.

Com o tempo, entendi também que ser escritora não é um lugar de chegada, mas de travessia. Há dias em que a escrita flui como um rio manso; em outros, é pedra dura que resiste. Ainda assim, quem escreve permanece. E permanecer é, talvez, o gesto mais silencioso de quem escolhe as palavras como ofício.

Existe um mito em torno da figura do escritor: alguém distante, inspirado, quase inalcançável. Mas a realidade é outra. O escritor é quem senta, observa, rabisca, apaga, reescreve. Quem olha o cotidiano com atenção e transforma pequenas experiências em sentido. Quem aceita que nem todo texto nasce pronto e que lapidar faz parte do processo. 

Hoje, compreendo que não me tornei escritora no momento em que publiquei um texto, mas no instante em que parei de pedir autorização para escrever. Quando aceitei que a escrita não precisava ser grandiosa para ser legítima. Bastava ser honesta. Bastava ser minha.

Talvez você também escreva assim, em silêncio, sem ainda se permitir o nome. Talvez esteja apenas lapidando, como o ourives, a palavra que ainda não sabe brilhar. Se escreve, você já está no caminho.

 

Até breve!  

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3 Comentários

  1. Bom.dia de Paz, querida amiga Vanessa!
    Um texto de qurm save o percurso do Escritor...
    Gostei do pé no chão que você teve para redigir seu post.
    Vamos escrever.
    Tenha dias de dezembro abençoados!
    Beijinhos fraternos

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  2. Muito lindo teu texto e com nome de escritora ou não, o que vale é que bem , muito bem escreves!
    Segue firme, escritora!
    beijos, ótima semana, chica

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  3. sim, basta escrever pra ser escritor. beijos, pedrita

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