O sal da vida, Françoise Héritier

Oi gente! Mais uma resenha literária e uma descoberta especial.  "O Sal da Vida" é um daqueles livros curtos mas com grande intensidade, de nos fazer refletir e emocionar na mesma medida.


Ficha técnica

Título: O sal da vida - O que faz a vida...valer a pena!
Autora: Françoise Héritier
Editora: Valentina
Páginas: 108
Ano: 2013
I.S.B.N:9788565859158

Sinopse: Existe uma forma de leveza e de graça no simples fato de existir, que vai além das ocupações, além dos sentimentos poderosos e dos engajamentos políticos. É sobre isso que este livro fala. Sobre esse pequeno plus que nos é dado a todos: O SAL DA VIDA.Nesta meditação, nesta espécie de poema em prosa em homenagem à vida, totalmente íntimo e sensorial, a renomada antropóloga Françoise Héritier vai atrás das pequenas coisas agradáveis (às vezes nem tanto) às quais aspira o mais profundo do nosso ser: as imagens e as emoções, os momentos marcados de recordações que dão sabor à vida, que a tornam mais rica e mais interessante do que muitas vezes acreditamos que ela seja, e que nada nem ninguém poderá nos tirar, nunca, jamais! Publicado, entre outros países, na Alemanha, Inglaterra, Japão, Portugal, Espanha, Itália (onde, assim como na França, se tornou um best-seller), O Sal da Vida é para ser saboreado e devorado, lido e relido ad aeternum. Um livro que permanecerá para sempre vivo em sua memória.


Tudo começa quando a antropóloga Françoise recebe um cartão-postal da Escócia, do professor Jean-Charles  Piette em que ele afirma que tirou uma semana "roubada" de férias. Como o mesmo vive para os seus pacientes e o trabalho, a antropóloga começa a se questionar sobre o quão "roubadas" essas férias foram. Até que ela chega a x da questão: o professor muitas vezes é o sal da vida de alguém. Mas, afinal o que seria o sal da vida para ela? E assim, começa a refletir, criar, imaginar e a escrever de volta cartas datadas para o professor (e para nós) sobre o que ela considera o sal da vida.


A lista contém coisas simples, prazerosas. Outras nem tanto. O fato é que Françoise acredita que não precisamos procurar nos prazeres (e isso inclui o sexo) para encontrar o sal da vida. O sal da vida é tudo, é o agora, são os momentos que muitas vezes parecem corriqueiros mas que compõem de fato nossas rotina. De todas as coisas que ela enumera, algumas já aconteceram comigo. Claro que, por ser francesa e ter uma certa condição, o sal da vida para ela pode não ser o sal da vida para muita gente. Mas, ela faz com tanta humildade (ao ponto de reconhecer esse fato) e simplicidade que é impossível não se ver cativo e querendo ler o texto até o final.

Como o senhor pode constatar, meu caríssimo Jean-Charles, não se trata aqui de altas especulações metafísicas nem de reflexões profundíssimas sobre a vaidade da existência tampouco da intimidade picante de alguém. Trata-se, pura e simplesmente, da maneira de fazer de cada episódio da sua vida um tesouro de beleza e graça, que aumenta sem parar, sozinho, e que nos renova a cada dia. (página 89)

O acontecimento se vai, levanta voo, mas o essencial fica gravado no corpo e ressurge com o charme furtivo de uma evocação, com o frêmito de uma sensação, com a força surpreendentemente viva e às vezes incompreensível de uma emoção. (páginas. 94 e 95)

Depois de uma longa lista, a autora ainda deixa algumas páginas para cada leitor contar o seu "Sal da vida". Uma leitura simples mas com um grande aprendizado: valorizar o presente que nos foi dado: a vida. Seja sendo ensopada em um dia de chuva, ao receber uma notícia feliz. Agradecer sempre e acima de tudo, ter certeza de que tudo passa. Eu amei muito e super indico. Alguém por ai conhece?


PS: Se eu pudesse, separaria várias citações, mas ai ficaria longo demais. De algumas coisas que a autora citou e que eu realmente achei um encanto, aí vai:


(...) cumprimentar um desconhecido na rua, enganar-se de dia, de semana ou de mês num encontro, encontrar alguém depois de vinte anos como se nunca se houvessem separado, usar um perfume há muito esquecido, saber se fazer esquecer, divertir o público, erguer uma criança reclamando do seu peso, mas evitar aborrecê-la com perguntas idiotas, indagar-se onde se estava antes de nascer em vez de o que se tornará depois de morrer, amassar jornal, cortar figuras e fazer colagens, a emoção das decolagens e aterrissagens, olhar com cobiça os pratos servidos na mesa ao lado, observar as atitudes dos transeuntes e interpretá-las mesmo não sendo psicólogo, esperar alguém no terraço de um café, dizer a si mesmo que é preciso fazer ginástica (...) (Páginas 25 e 26)



Besos!

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10 Comentários

  1. Esse livro, apesar de curto, nos faz refletir bastante mesmo, além de deixar vários aprendizados. Eu também me encantei muito por essa leitura e adorei essa citação que você separou.
    Beijos, Fer

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  2. Ainda não conhecia o livro, mas adorei a simplicidade que ele aborda a vida, muitas vezes esquecemos de realmente valorizar o mínimo no meio da correria do dia a dia. Nessa última citação, isso ficou claro para mim. Adorei a dica.
    Bjim!
    Tammy

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  3. Oi,tudo bem?
    Eu tenho esse livro na estante há algum tempo mas nunca me dei ao trabalho de sequer ler a sinopse mas com a sua resenha fiquei encantada com a mensagem que esse livro parece trazer, sem contar com essas citações encantadoras.Adorei sua resenha.
    Beijos!

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  4. Eu gosto muito de livros assim, que com suas poucas páginas nos deixam uma sensação boa após a leitura e refletindo sobre muitas coisas. Eu ainda não conhecia a obra mas pelo que li na sua resenha é sim um verdadeiro encanto. Fiquei curiosa e espero poder ler em breve <3

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  5. Oi, já vi a capa deste livro por aí e nunca imaginei que fosse uma história assim, que pudesse refletir sobre a diferença que fazemos para as outras pessoas. Adorei a indicação porque eu adoro livros que nos façam pensar.
    MEU AMOR PELOS LIVROS
    Beijos

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  6. Olá Juliana,
    Já vi muitas vezes esse livro nas lojas, mas nunca soube sobre o que se tratava exatamente. Achei o livro intenso e me pareceu ser aquele tipo de leitura que marca o leitor, sabe?
    Acho que concordo com o autor, não precisamos procurar nos prazeres o sal da vida.
    Anotei essa dica de leitura e espero fazer isso em breve.
    Beijos,
    http://mileumdiasparaler.blogspot.com.br/

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  7. Oi, Ju, tudo bem?

    Eu não conhecia este livro, nunca vi nem a capa. Às vezes leio uns livros com essa pegada mais reflexiva e essas leituras sempre são bem proveitosas. O título do livro é muito interessante e a mensagem que ele tenta passar é muito edificante.
    A gente tem que aprender a enxergar a beleza nas pequenas coisas da vida. Adorei.

    Beijos

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  8. Eu tenho O sal da vida na estante, e não imaginava que era uma leitura tão linda assim, por ser tão curtinho o livro. Me surpreendi e me animei ainda mais para conferir a trama. Sua resenha ficou perfeita e me deixou curiosa.
    beijo
    www.apenasumvicio.com

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  9. Amiga olha eu não conhecia a autora e muito menos o seu livro, mas eu sinceramente não sei se iria curtir a leitura, embora não goste de julgar um livro antes de conhecer, mas acho que pegaria mais pra frente por enquanto sabe? Porque eu não me senti atraída, mas eu gostei da maneira como tu desenvolveu sua resenha e falando do significado sal da vida...sinceramente eu fiquei boiando, mas depois que tu foi falando eu acabei entendendo e achei bem bacana essa palavra que a autora usa. Espero poder ter a chance de ler mais pra frente o livro =]

    http://lovereadmybooks.blogspot.com.br/2016/06/caixinha-de-correio-8-especial-disney.html

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  10. Olá!
    Não conhecia o livro mas adorei a mensagem que ele passa, de viver a vida hoje e intensamente. Realmente o Sal Da Vida das pessoas é altamente variável, fazendo assim a pessoa procurar aquilo que realmente a faz feliz.
    Beijos.

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