Era um dia normal de trabalho. Daqueles em que reuniões normais reúnem pessoas igualmente normais e pensantes. Tudo transcorreu dentro do esperado: pauta, discussão, pausa para o almoço — essa, claro, também absolutamente normal. O grupo se dirigiu ao restaurante habitual, conversas ao redor da mesa, risadas contidas, assuntos que flutuavam entre o trivial e o nem tão trivial assim. Depois, todos voltaram para a rotina, ainda embalados pelo torpor pós-refeição. Até que, quase no fim do expediente, a normalidade foi quebrada.
— Roubaram a minha torre! — exclamou, Rosane indignada.
Um silêncio de segundos reinou. E então, como quem já tinha tudo resolvido na cabeça, Eliane disparou:
— Foi o Jurandir!
Jurandir, que tomava um gole de café, engasgou. Com a voz embargada de susto e indignação, tentou se defender:
— Eu devolvi a torre ontem à noite, por volta das dezenove! Todos estávamos hoje juntos o dia inteiro na reunião. Como ela sumiu de novo?
Começaram as perguntas... A Rosane tinha certeza de que a torre não estava lá? Tinha. Disse que, na hora do almoço, passou pelo setor e viu a ausência. Mas… Como assim?
Neste momento Vanderson se deu conta de um detalhe crucial: todos tinham almoçado juntos, no mesmo restaurante, longe dali. Não havia tempo hábil para a Rosane ter ido até a sala e voltado sem que ninguém percebesse.
Enquanto as interrogações se multiplicavam no ar, no outro canto da sala, Jurandir, sussurrava para si mesmo, em looping mental:
— Será que eu devolvi mesmo a torre? Será que só achei que devolvi?
E do outro lado da sala, a Eliane também começava a duvidar.
— Quem é que roubaria uma torre de enfeite? Disparou Sandra, colocando ainda mais lenha na fogueira.
Pausa dramática,cheia de interrogação... Vanderson, ainda indignado e tentando decobrir como a Rosana tinha feito a proeza de ir à dua sala naquele dia, resolveu intervir:
— A torre… era a torre do computador, né?
Ah, a peça que faltava! O mistério ganhou contornos mais concretos. A moça, então, lembrou: não fora hoje. Ela notara a ausência da torre no dia anterior, antes da tal reunião que ocupou o dia inteiro. Jurandir enfim, teve certeza: ele devolveu realmente a torre na noite anterior.
Pronto. O quebra-cabeça se encaixava. A torre não fora roubada. Nunca esteve fora do lugar no tempo que todos achavam. E aquele bando de pessoas normais — ou quase — desabou em gargalhadas nervosas, aliviadas, como se tivessem acabado de resolver um caso criminal digno de série policial.
E assim terminou mais um dia comum, com uma reunião comum, de pessoas nada comuns, que descobriram que às vezes, tudo que se precisa para sair da rotina é o desaparecimento temporário de uma torre.
Um silêncio de segundos reinou. E então, como quem já tinha tudo resolvido na cabeça, Eliane disparou:
— Foi o Jurandir!
Jurandir, que tomava um gole de café, engasgou. Com a voz embargada de susto e indignação, tentou se defender:
— Eu devolvi a torre ontem à noite, por volta das dezenove! Todos estávamos hoje juntos o dia inteiro na reunião. Como ela sumiu de novo?
Começaram as perguntas... A Rosane tinha certeza de que a torre não estava lá? Tinha. Disse que, na hora do almoço, passou pelo setor e viu a ausência. Mas… Como assim?
Neste momento Vanderson se deu conta de um detalhe crucial: todos tinham almoçado juntos, no mesmo restaurante, longe dali. Não havia tempo hábil para a Rosane ter ido até a sala e voltado sem que ninguém percebesse.
Enquanto as interrogações se multiplicavam no ar, no outro canto da sala, Jurandir, sussurrava para si mesmo, em looping mental:
— Será que eu devolvi mesmo a torre? Será que só achei que devolvi?
E do outro lado da sala, a Eliane também começava a duvidar.
— Quem é que roubaria uma torre de enfeite? Disparou Sandra, colocando ainda mais lenha na fogueira.
Pausa dramática,cheia de interrogação... Vanderson, ainda indignado e tentando decobrir como a Rosana tinha feito a proeza de ir à dua sala naquele dia, resolveu intervir:
— A torre… era a torre do computador, né?
Ah, a peça que faltava! O mistério ganhou contornos mais concretos. A moça, então, lembrou: não fora hoje. Ela notara a ausência da torre no dia anterior, antes da tal reunião que ocupou o dia inteiro. Jurandir enfim, teve certeza: ele devolveu realmente a torre na noite anterior.
Pronto. O quebra-cabeça se encaixava. A torre não fora roubada. Nunca esteve fora do lugar no tempo que todos achavam. E aquele bando de pessoas normais — ou quase — desabou em gargalhadas nervosas, aliviadas, como se tivessem acabado de resolver um caso criminal digno de série policial.
E assim terminou mais um dia comum, com uma reunião comum, de pessoas nada comuns, que descobriram que às vezes, tudo que se precisa para sair da rotina é o desaparecimento temporário de uma torre.
Até breve!!
6 Comentários
Obrigada pelo conto! 👏😘
ResponderExcluirVanessa, que delícia de texto! Você tem esse dom raro de transformar o cotidiano em narrativa envolvente — daquelas que fazem a gente rir alto e depois pensar: “é, a vida é mesmo um roteiro maluco”. A forma como você costura o humor, o mistério e a humanidade dos personagens (que somos todos nós!) é simplesmente brilhante. Já virei fã de carteirinha e seguidor assumido! Que venham mais “torres desaparecidas” e histórias deliciosas como essa.
ResponderExcluirAbraços
Daniel
https://gagopoetico.blogspot.com/
Uma bela história e muito bem contada.
ResponderExcluirGostei de ler.
Boa semana querida amiga Vanessa.
Um beijo.
Olá, Vanessa, uma narrativa muito interessante
ResponderExcluirque gostei muito de ler.
Um certo mistério sempre desperta nossa atenção.
Uma boa semana, amiga,
um abraço.
Que leitura agradável! Adorei!
ResponderExcluirVanessa....parabéns pela crônica! Em meio as suas palavras foram muitos sorrisos durante a leitura! Sucesso nesta sua caminhada, menina!
ResponderExcluirOlá querido leitor! Seja bem-vindo ao Pensamentos Valem Ouro, temos aqui um espaço aproximar nossas redes e trocar ideias. Ficarei feliz em ler tua ideia. E sempre farei questão de respondê-la! Fique a vontade!
Desde já, obrigada pela visita!
Vanessa Vieira <3