O Papel e a tinta


Certo dia, uma folha de papel que estava em cima de uma mesa, junto com outras folhas exatamente iguais a ela, viu-se coberta de sinais. Uma pena, molhada de tinta preta, havia escrito uma porção  de palavras ana folha.

- Será que você não podia ter me poupado esta humilhação? Disse, furiosa, a folha de papel para a tinha.
- Espere! respondeu a tinta. - Eu não estraguei você. Eu cobri você de palavras. Agora você é guardiã do pensamento humano. Você se transformou num documento precioso.
E, realmente, pouco depois, alguém foi arrumar a mesa e apanhou as folhas de papel para jogá-las na lareira. Mas subitamente reparou na folha escrita com tinta, e então jogou fora as outras, guardando apenas a que continha uma mensagem escrita.
(Leonardo Da Vincci. Fábulas e lendas. Tra. Vera Maria Teixeira
Soraes e MArio. Rio da Janeiro, Salamandra, 1977, p15)

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