Minha vida em dois Natais - Shirley Murphy




Na noite do dia 24 de dezembro, quando as luzes se apagam e todos vão para a cama, tem início a magia do Natal.
 Shirley Murphy uma autora nacional e talentosíssima topou nosso convite e escreveu um lindo Conto de Natal chamado - Minha vida em dois Natais - para publicarmos simultaneamente, em todos os blog do GBU, nesta véspera de Natal para aguçar nossas convicções e confirmar que o Natal é uma época regada de amor, paz e felicidade! Te convido a acompanhar essa linda história!



Minha vida em dois Natais


Sinto meu coração palpitando em minha garganta, não sei o que vou encontrar ao atravessar aquela porta, ou melhor, sei bem. Sinto-me sufocado e a sensação é de que a qualquer momento meu pulso congelará. As coisas entre nós sempre aconteceram assim, de maneira inesperada e fulminante.
Não há como conter as lágrimas ao me lembrar dos berros, das ofensas, não era pra ser assim, mas na maioria das vezes, agimos sem pensar, é assim com a maioria das pessoas. Foi assim que nos perdemos e agora pode ser tarde.
                Nunca havia passado um natal longe da minha família, meus pais e irmãos era o que tinha de mais precioso, mas um compromisso profissional me levou estar longe naquela data. Estava começando uma carreira que todos juravam ser promissora, precisei fazer uma viagem de última hora, mas se tudo desse certo, poderia voltar ainda antes da ceia onde minha família se reunia, rezava o pai nosso e devorava toda sorte de comidas.
Eu sempre fui um homem austero, bastante controlado, seguro, tinha minha vida toda planejada e objetivada, até aquele dia, aquela noite.
Como sempre, tudo havia ocorrido da maneira que planejei, o voo sairia as nove, daria tempo de eu voltar e fazer a alegria da minha mãe, que era exatamente o tipo de mãe mais típica: dramática e que quer ter todos os filhos por perto ao menos em datas especiais.
Foi então que tudo começou a sair do eixo. Um inesperado temporal despencou sobre a cidade onde eu estava, provocando o fechamento de todos os aeroportos e eu, junto a mais dúzias de pessoas desesperadas, fiquei sem saber o que fazer. Todos, afinal, tinham um lugar para estar no natal, todos, menos ela aparentemente.
De fato, chamou minha atenção em meio a todas aquelas pessoas querendo embarcar a todo custo, a calma daquela menina. Sentada sobre a mala, usava botas e fumava um cigarro e eu detestava pessoas que fumavam, simplesmente detestava.  Mas a tranquilidade que ela aparentava na véspera do feriado mais familiar de todos, no meio do caos de um aeroporto fechado, me levou a me aproximar dela.
Sua aparência era um verdadeiro contraste, tinha cabelos cacheados como os de um anjo, desses que vemos nas pinturas, eram negros, sua face também era angelical, mas o tom vermelho do batom, as roupas e sombras escuras lhe infligiam uma sensualidade quase mortal para qualquer homem, claro que como mero mortal, não sai ileso.
Abaixei-me diante dela para que pudesse ver seu rosto, foi então que comecei da maneira mais errada possível; a repreendendo:
— Será que não sabe que é proibido fumar em lugares fechados e públicos?
— Não. — Ela me respondeu de maneira ríspida para em seguida soltar um riso debochado. —E não te ensinaram que não se deve abordar uma mulher desconhecida? Sabia que posso te acusar de assédio?
Ao ouvir aquela pergunta, quem riu debochadamente fui eu:
— Assédio? Que cigarro é esse que está fumando hein, algum alucinógeno? — Mais uma vez estava eu afastando a garota de quem queria me aproximar. Realmente não era um dos meus talentos seduzir uma mulher com palavras, eu sabia lidar melhor com gestos. Acho que qualquer homem se sairia melhor do que aquilo, mas o problema é que embora atraído pela aparência dela, a menina tinha um jeito que me perturbava.
Estava ponderando sobre minha próxima frase, pensando em como poderia desfazer a má impressão, quando senti ser queimado pelo cigarro. Era exatamente isso, ela apagou o cigarro na minha pele, eu gritei levemente:
— Sua louca! — As coisas só pioravam:
— O que foi? Qual é o problema? Agora não tem mais cigarro.
— Eu devia chamar a polícia.
— Chama, vou dizer que estava tentando me agarrar.
— Você só pode ter algum problema mental, não é possível.
— Vai dizer que não é o que pensou? Acho que eu não conheço os homens? Todos Vocês só tem um objetivo quando se aproximam de uma mulher, um único objetivo.
Eu entendi naquele momento que aquela menina que aparentava tamanha tranquilidade, por dentro escondia um vulcão em erupção. Estava ferida. Compreendi aquilo e nada mais disse, me afastei em silêncio. Apenas por um instante olhei para trás, percebi que havia feito sua farsa desmoronar, ela chorava mansamente, me fazendo sentir um verdadeiro idiota.
Sai do aeroporto, não teria jeito de chegar em casa e estar com minha família, seguiria então de táxi para um hotel onde passaria um solitário natal e tentaria embarcar na manhã seguinte. Mas não conseguia parar de me perguntar por que ela chorava, para onde estaria indo e para onde iria agora que os voos haviam sido cancelados. Pode parecer estranho e pra mim foi mais estranho do que seria para qualquer pessoa, mas estava verdadeiramente preocupado com ela.
A verdade é que algumas estrelas surgem para marcar nossa vida de forma definitiva e foi assim que pela janela do táxi, pude enxergá-la, caminhando pelas suas vazias da véspera de Natal, carregando a mala, debaixo de toda aquela chuva. Meu coração se comoveu de um jeito estranho, me senti tão tocado, como se fosse alguém da grande importância na minha vida. Pedi ao motorista que parasse, e decidi que poderia recomeçar:
— Ei, vem cá, eu te dou uma carona.
— Carona para onde? O motel mais próximo?
— Ei menina, para de besteira. Vai ficar doente debaixo dessa chuva. Não se importa?
Era parou para pensar, eu ainda não sabia naquele momento, mas ela tinha um bom motivo para não querer ficar doente.
— Posso confiar?
— Pode, me diz onde quer ir, te deixo lá, apenas isso. Vai, me permite fazer uma caridade na noite de natal?
Ela finalmente sorriu, um sorriso tímido discreto, melancólico, lindo. Aquele sorriso mais parecia um abismo de cores e luz. Senti meu corpo tremer. Não acreditava em coisas desse tipo, mas sentia que estava simplesmente me apaixonando por uma desconhecida.
—Tudo bem — Ela respondeu. Abri a porta para ela entrar, a cobri com meu casaco, ela reagiu como se não estivesse acostumada com aquele tipo de gentileza:
— Qual é o seu nome? — Eu quis saber:
— Kimi.
— Kimi? Que interessante.
Ela riu:
— Na verdade é Quimera. Mas claro que precisava de um apelido.
— Quimera? — Perguntei como um sussurro. Não era possível, tudo nela me atraia, os cabelos, os lábios, a voz, o jeito arrisco e agora o nome que ela abertamente parecia detestar, Quimera, sonhos fantásticos, inalcançáveis. Era ela exatamente isso: uma Quimera:
— Seu pai é um poeta?
— Ele pensa que é, e resolveu fazer isso comigo. Mas e você como se chama?
— Eduardo. Mas pode me chamar de Edu.
Eu larguei para ela um sorriso sincero e ela parecia ter, naquele momento, por aquele sorriso compreendido minhas boas intenções.
Quando chegamos no destino dela, a vi abrir a porta, me agradecer e sair, sai também para ter certeza de que ficaria bem, ou sei lá, para aproveitar os últimos instantes perto dela.
Era uma casa onde havia um gramado aberto, não perecia que esperavam por ela, mas assim que ouviram o barulho do carro, acho que mais de uma dúzia de pessoas apareceu e começou a apertá-la, examiná-la, perguntar se estava bem. Uma daquelas mulheres chorou abraçada a Kimi, imaginei que seria sua mãe. Há quanto tempo será que estava longe da família? Começaram todos a me abordarem também e sem perceber logo estava junto a eles na casa. Não me deram alternativa, nem deixaram que explicássemos, embora ela não parecesse disposta a dizer que mal nos conhecíamos. O máximo que consegui foi pagar e dispensar o táxi.
A família da Kimi, era grande, alegre, parecia muito diferente dela. Durante aquela ceia, deu para perceber o quanto eram tradicionais. Não consegui me sentir completamente à vontade, porque me paparicavam demais, e eu não entendia aquilo, geralmente os penetras são repudiados nesses encontros familiares. O único que não parecia tão feliz, era o pai dela, não perdia a chance de me lançar um olhar ameaçador, comecei a achar que ela acreditava que eu queria alguma coisa com a filha dele, afinal, não estava errado.
 Mas como a nossa história começava pelo avesso! Ainda não tínhamos nada e eu já estava enfrentando o pai da donzela.
Ao fim da noite, ele reuniu a mim e a Kimi, sozinho estávamos diante dele e ela parecia suar frio, seu nervosismo me deixou atento de que teria algo a mais do que uma simples preocupação de pai. Sentamo-nos diante dele, que me fulminou com o olhar:
— Resolveu finalmente ter responsabilidade, então? Muito bem, mas isso não apaga o que fez.
Olhei para Kimi procurando uma explicação, ela apenas apertou minha mão, sentia que estava em um embaraço terrível:
— E-eu não entendi.
— Garoto, confesso que imaginei que fosse diferente, que fosse como mais um desses amigos loucos da minha filha. Mas te observei a noite toda, é educado, cavalheiro, certamente vem de uma família decente. Posso entender que tenha tido algum pane ao receber a notícia, mas não espero que tenha outra atitude a não ser assumir.
Olhei mais uma vez para a Kimi e ela tentou sair pela tangente:
— Pai, pelo amor de Deus, precisamos falar sobre isso hoje? É natal, eu, eu só quero ficar com vocês, sem discussão ou briga.
— Não vai ter briga, Quimera. Eu disse que você só entraria aqui trazendo o pai do seu filho, e você fez isso, não há motivo pra briga, mas quero que tudo fique as claras.
Passei a mão pelo rosto quando ouvi: “pai do seu filho” agora estava tudo completamente explicado e eu sentia que estava na maior confusão da minha vida. Levantei-me da cadeira disposto a esclarecer todo o engano, mas a moça me olhou de uma forma... Seu desespero vasava aos olhos, afinal, aquela garota atrevida, abusada, nada mais era do que uma carapaça. Diante do pai, a pressionando, ela mais parecia uma gazela indefesa que eu de fato não poderia deixar ser devorada, não na noite de natal. Meus instintos masculinos não me permitiram deixar à deriva uma mulher indefessa precisando de proteção. Me adiantei, antes que ela tudo confessasse:
— Realmente não há motivo para briga. Eu errei, mas não demorei para cair em mim. Foi um susto, mas sei da minha responsabilidade, e vou cumprir.
Por Deus! Eu disse mesmo aquilo? Por dentro ouvia uma voz desesperada gritando que eu estava louco, não poderia assumir um filho de outro homem com uma garota que mal conhecia. Claro que não, esse não era o Eduardo, aquele acostumado a ter sempre o controle, a saber sempre o que vai acontecer, não, não era. Mas é claro que não levaria isso até o fim, queria apenas salvar o natal daquela família, no dia seguinte partiria para sempre e ela poderia dizer que eu era um louco, um esquizofrênico.
Depois do que disse, o olhar daquela menina aliviou-se, acho que era também o que ela queria, ficar em paz com a família, ao menos naquela noite. Acabamos embarcando completamente naquela farsa, e com uma cumplicidade espantosa. Inventamos um primeiro encontro, passeios, planos, tudo tão convincentemente que até eu mesmo já começava a duvidar se não era verdade, começava a pensar se não poderia ser verdade.
No final da noite, fomos acomodados no quarto da Kimi, era o ápice da farsa, afinal, se namorávamos, se ela estava grávida de mim, seria estranho se não ficássemos juntos:
— Você salvou o meu natal, meu último natal com a minha família.
—Por que último?
—Não ouviu o que disse meu pai? Ele me proibiu de entrar em casa, achou que eu estava protegendo o cara. Por isso me mandei, não voltaria tão cedo. Mas quando me perguntou para onde eu ia... Não tinha outro lugar. Eu estou longe de ser uma garota certinha, mas são as pessoas que mais amo na vida.
Eu já tinha entendido que ela havia sido abandonada, e pensava como podia existir esse tipo de homem, que engravida uma menina e foge da responsabilidade:
            — Eu não sei como acabei entrando nessa história, que é sua...
— Não, não se preocupe, eu vou esclarecer tudo, amanhã.
Num impulso repentino, me vi segurando as mãos dela. Não queria esclarecer coisa alguma, queria deixar para ela isso, uma espécie de herança, de lembrança:
— Não precisa, não quero que fique sozinha e grávida por aí, precisa ficar com sua família. Não importa se vou passar pelo irresponsável que abandonou você.
Senti ela apertar minhas mãos:
— Edu, eu não entendo... O que quer afinal de mim?
— Eu não sei, de verdade. Meus planos eram tão outros... E agora estou aqui, na sua casa, no seu quarto. Te conheci há algumas horas, e sinto que...
Eu sinto...
Desculpe.
Larguei as mãos dela e virei de costas, rela se manifestou:
— Ele dizia que eu era a mulher da vida dele, mas quando contei sobre a gravidez, afirmou que eu tinha feito de propósito, para prender ele, que eu sabia que ele queria ser livre. Enfim, mandou que eu me virasse.
— Ele é um vagabundo.
— Eu sei, meu amor  por ele morreu na mesma hora.  Na verdade nem sei se era amor. O que é amor, afinal?
Sorri virando-me para ela:
— Hum, alma de poeta como seu pai.
Ela riu também, parecia bem mais feliz e animada, e eu fiquei em êxtase em compreender que tinha feito isso por ela.
A Kimi pegou alguns lençóis e me entregou. Eu jamais tentaria algo com ela naquelas condições, sempre me orgulhei do meu caráter e respeitar uma mulher foi algo que sempre foi ensinado a mim e aos meus irmãos dentro de casa, mas ao ver cair lentamente um travesseiro no chão, abaixamo-nos para pegá-lo juntos, o que causou uma colisão, batemos de testa um no outro, ela reclamou e riu, caiu sobre meu corpo, não era possível ignorar, segurei levemente a cintura dela antes de perguntar:
— Doeu muito?
— Vou ficar com um galo, pra me lembrar de você.
Olhava nos olhos dela. Ela poderia ter removido minha mão, mas não fez, poderia ter se retirado de mim, mas não fez:
— Eu nunca deixaria uma mulher como você, se fosse minha, nunca iria te deixar.
Ele entreabriu os lábios, fechou os olhos, talvez também estivesse acontecendo com ela, algo tão súbito e forte, realmente não poderia ser unilateral. A segurei pelo rosto, a beijei e meu coração parecia fazer uma festa, uma festa de reencontro com alguém muito querido. Mal conseguia respirar, era uma emoção tremenda, não imaginava que isso pudesse existir. Em todos os namoros que tive, ao logo da minha jovem vida, sempre acreditei gostar, amar, acreditei que conhecia a paixão, mas não.  Eu simplesmente não conhecia a paixão.
Virei-me sobre o corpo dela e em um sussurro indaguei:
— Se eu te amar agora, ainda dá tempo de ser o pai do seu filho? —Ela mordeu os lábios, maneou a cabeça, me disse sim.
Foi assim que nossa história se consumou. No dia seguinte, partimos juntos para minha cidade, a levei até minha família que me cobrou explicações. Eu não as tinha, só sabia que eu a amava, que tinha ganhando um presente magnifico de Natal, uma família, só minha, quando apenas me preocupava com minha carreira, meu futuro.
Nos casamos em dois meses, vivemos a extrema felicidade até que nossa filha nasceu. Foi nesse momento que o paraíso começou a morrer. Eu agi da maneira mais estúpida que poderia quando a encontrei com o pai biológico da menina. O ciúme, a loucura, não me deixaram dar a ela nem mesmo uma chance de explicação. Me senti traído, ultrajado, a xinguei, desmoralizei, foi tudo tão horrível... não sei como fui capaz. Ela, em contrapartida, também não deu chance para que entre nós houvesse perdão. Um dia foi o suficiente para que pudesse entender que ela jamais me trairia, assim como eu nunca trairia a ela, mas um dia foi também o bastante para que ela partisse da minha vida, levando consigo aquela criança que nos uniu. Eu havia perdido tudo, por um momento de estupidez.
Nem a família dela, nem os amigos mais próximos foram capazes de descobrir o destino que seguiu. Assim nos perdemos, há dois anos atrás, até hoje, novamente noite de natal.
 Recebi um telefonema de um hospital, sei o que está acontecendo, mas não consigo acreditar. A ficha não caiu, a Kimi está morrendo.
 Minha longa caminhada pelos corredores teve seu fim à beira de um leito hospitalar. Rodeada ela estava de pai, mãe, e uma menininha que meus olhos transbordaram ao ver. Segurei às mãos dela, era ainda a minha mulher, a mesma que eu amei:
— Edu, eu nunca te trai, você era meu amor, meu amor perfeito.
— Eu sei que não. — Afirmei após beijar as mãos dela. — Mas não sou perfeito, eu errei com você. Me perdoa.
— Eu errei muito mais, comigo e contigo. — Ela olhou para os pais. — Podem nos deixar por um instante? — Eles acataram. — Não devia ter partido, mas sabe como sou. Errada, sempre, péssima em decidir.
— Você vai ficar bem, não se importe com isso, poderemos nos acusar e fazer as pazes depois. Eu não deixei de te amar nem por um segundo.
Ela respirou de forma conformada, sabia que não sairia daquele hospital.
— Cuida dela, a Laura, você a registrou e a desejou como um verdadeiro pai, você é o pai que ela conhece, que todos conhecem. Sempre falei com ela sobre você, e ela quer te conhecer. Edu, por favor, me prometa que vai cuidar dela, que vai ser com ela o homem que foi comigo e que a ensinará a ser uma pessoa de bem, diferente de mim.
— Só se prometer ficar, preciso da sua ajuda. Como vou criar ela sozinho? Eu preciso de você, por favor, fica Kimi.
— Eu gostaria, mas não posso. Edu, obrigada por me fazer conhecer o amor de verdade, por isso valeu a pena, cada dia de vida.
Meu corpo estava completamente dolorido como se tivesse levado uma surra, ela fechou os olhos, não mais havia ar em suas narinas, nem sorriso de seus lábios, não havia mais o brilho melancólico dos seus olhos. A beijei pela última vez, chorei sozinho alguns minutos, mas logo sai. Peguei minha filha do colo da vó, que ao lado do marido correu para o quarto onde a filha havia encontrado o fim de sua jornada. Abracei-me a menina e a levei para longe dos gritos de desespero. Saímos do hospital e ela em meu colo apontou para as luzes de natal. Havia no céu uma estrela que parecia brilhar mais do que as outras, cintilava chamando minha atenção. Mostrei a ela depois de um beijo na testa e um carinho no rosto:
— Está vendo filha? É sua mãe. Vamos sempre lembrar desse dia como o dia em que ela foi morar no céu.

"Qual é o verdadeiro sentido do Natal?"



O verdadeiro significado do Natal é o amor. João 3:16-17 diz: "Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele." O verdadeiro significado do Natal é a celebração deste ato de amor incrível. 

A verdadeira história do Natal é a história de Deus se tornando um ser humano na Pessoa de Jesus Cristo. Por que Deus fez isso? Porque Ele nos ama! Por que o Natal foi necessário? Porque precisávamos de um Salvador! Por que Deus nos ama tanto? Porque Ele é o próprio amor (1 João 4:8). Por que celebramos o Natal a cada ano? Como gratidão pelo que Deus fez por nós, lembramo-nos do Seu nascimento através da troca de presentes, quando o adoramos e ao sermos especialmente conscientes dos pobres e dos menos afortunados.

O verdadeiro significado do Natal é o amor. Deus amou os Seus e forneceu uma maneira -- a única maneira -- para passarmos a eternidade em Sua presença. Ele deu o Seu único Filho para carregar em nosso lugar a punição por nossos pecados. Jesus pagou o preço por completo e, quando aceitamos esse dom gratuito do amor, somos livres da condenação. "Mas Deus dá prova do seu amor para conosco, em que, quando éramos ainda pecadores, Cristo morreu por nós"                                     



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