Memórias de uma Cabana Roubada

Memórias Infantis: menina triste sentada no chão
  
Era um dia normal como qualquer outro. Acordei, tomei meu café da manhã e mal podia esperar para brincar na cabana que eu e minha irmã tínhamos construído lá no quintal. Estávamos mesmo animadas - afinal, montar aquele espaço mágico tinha tomado um bom tempo. 

Assim, após o café, lá fomos nós para nossa pequena grande casa dos sonhos. Mas, para nossa surpresa... quando chegamos lá, não havia mais nada. Os brinquedos tinham sido jogados no lixo. Não sobrou nem um para contar qualquer história. 

Ficamos atônitas, sem saber o que fazer, e as lágrimas escorriam pelos olhos. Voltamos correndo para casa e contamos para a mãe o ocorrido. Ela perguntou por que deixamos os brinquedos lá fora. Então explicamos que havia levado tempo para montar a cabana e que, já tarde, preferimos brincar no dia seguinte. 

Saímos à procura de nossas coisas e, para nossa surpresa, encontramos alguns brinquedos jogados do outro lado da rua, num terreno que estavam aterrando. Digo alguns, porque muitos já tinham sido levados embora. A geladeirinha, fogãozinho... e as garrafinhas da Coca-Cola. Era inacreditável.

Após resgatar o que foi possível, enfim entendemos o ocorrido. Nossa casa ficava no mesmo quintal do tio do meu Pai, e do lado da casa dele havia um corredor grande e vazio. Ótimo lugar para duas crianças brincarem. Era seguro, fechado e ninguém levaria nossas coisas embora.

Mas o tio, vendo o desespero das meninas, resolveu contar que foi ele quem jogou os brinquedos fora, pois ali, segundo ele, não era lugar de bagunça. A gente sabia que ele era rabugento, mas a partir daquele dia tivemos certeza: ele era mesmo sem coração. 

Vanessa Vieira 

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4 Comentários

  1. Imagino a tristeza tua e de tua irmã! Pena o tio assim!!! Lindo conto! beijos, chica

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  2. E aí, tudo bem?

    Nossa, que tristeza, hein? Aliás, esta é uma frase muito usada por muitos adultos para os filhos: "aqui não é lugar de bagunça"...ora, onde então??

    abraços

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  3. Olá, querida amiga Vanessa!
    Fez-me lembrar do meu filho mais velho que plantou uma semente de feijão na casa da avó num jarro na varanda e mal viramos as costas, ela arrancou o pezinho já 4m estado maior zinco. Foi uma tristeza para ele na infância.
    Lindo conto bem emotivo se fictício ou não.
    Tenha dias abençoados!
    Beijinhos fraternos

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